Escravidão na África

Através dos relatos de viajantes nos século XVI a XIX, este texto apresenta um panorama da escravidão praticada na África colocada sob o ângulo de uma sociedade organizada de um modo muito semelhante ao medievo europeu.

Nangoro, rei de Ovampo — Ilustração do livro Narrativa de um explorador no Sul da África tropical, de Francis Galton — 1853.

No artigo A África e a escravidão islâmica, nosso foco foi a escravidão africana praticada pelos muçulmanos, especialmente para a Ásia e Europa. O período de observação coincidiu com a expansão e enfraquecimento do califado, indo do século VII ao XIV. Neste capítulo, vamo-nos deter mais sobre como acontecia a escravidão no continente africano e como funcionou a introdução do comércio negreiro transatlântico que levou milhões de habitantes da África para o outro lado do oceano. Para isso, nosso período de observação irá das décadas que antecederam a expansão marítima de portugueses e espanhóis até o século XIX, quando o sistema escravagista esgotava-se nas colônias europeias.

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A África e a escravidão islâmica

Texto examina o uso de escravos africanos no período das grandes dinastias árabes. As bases das teorias racistas assentaram-se nesse período e foram reinvocadas repetidamente durante todo o período do tráfico transatlântico já na Idade Moderna.

Mercado de escravos em Zadib — Yemen. Página de livro com 50 pequenas histórias do poeta Al-Hariri (1054–1122) de Basra, Iraque, ilustrada por Al-Wasiti em 1237 — Versão digital disponível neste link. O comerciante, de turbante branco, apresenta um jovem a um cliente em pé à direita. Outros escravos aparecem sentados entre os dois.
Mercado de escravos em Zadib — Yemen. Página de livro com 50 pequenas histórias do poeta Al-Hariri (1054–1122) de Basra, Iraque, ilustrada por Al-Wasiti em 1237 — Versão digital disponível neste link. O comerciante, de turbante branco, apresenta um jovem (túnica verde) a um cliente em pé à direita. Outros escravos aparecem sentados entre os dois.

O termo “escravidão” está de tal forma associado ao imaginário de nosso período colonial e à escravidão africana na colonização das Américas que qualquer uso que se lhe faça em outro contexto e período necessita de muita cautela e de um verdadeiro esforço para despi-lo de algumas partes essenciais, e outras fantasiosas, que são de fato particulares de sua versão no Novo Mundo.

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